Casa Branca proíbe embaixador de depor

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A Casa Branca proibiu que Gordon Sondland, embaixador dos EUA na União Europeia, comparecesse nesta terça-feira, 8, a um depoimento no Congresso. Os democratas, porém, que têm maioria na Câmara dos Deputados, prometeram intimar Sondland a prestar esclarecimento no inquérito sobre o impeachment do presidente Donald Trump.

O diplomata, que doou US$ 1 milhão para o comitê que organizou a posse de Trump, deveria se reunir a portas fechadas com deputados. Seu advogado, Robert Luskin, disse que Sondland está "profundamente desapontado por ser impedido de testemunhar". "Ele realmente acredita que agiu, a todo momento, de acordo com os melhores interesses dos EUA."

O chefe da Comissão de Inteligência da Câmara dos Deputados, o democrata Adam Schiff, afirmou que a iniciativa de bloquear o depoimento "é mais uma tentativa da Casa Branca de obstruir" as investigações do Congresso - a manobra deve ser incluída no relatório sobre impeachment que será eventualmente votado em plenário.

Sondland era o contato do governo americano com o ucraniano e testemunha-chave no inquérito sobre a pressão de Trump para que o presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, investigasse Joe Biden, seu maior rival na eleição de 2020.

Embora a Ucrânia não esteja na UE, Trump teria instruído o embaixador - um rico empresário do ramo hoteleiro e colaborador de sua campanha - a ser a ponte entre Trump e Zelenski. Sondland interagiu diretamente com Trump em momentos importantes, incluindo antes e depois do telefonema, em julho, para o ucraniano.

Mensagens de texto entregues ao Congresso, na semana passada, também mostram que Sondland elaborou o rascunho de uma declaração que o presidente ucraniano deveria divulgar, em agosto, se comprometendo com as investigações sobre Biden em troca de um encontro com Trump nos EUA.

Nesta terça-feira, a Casa Branca disse que enviará uma carta à presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi, dizendo que não pretende liberar testemunhas e documentos no inquérito de impeachment. Os advogados de Trump argumentam que Pelosi não seguiu o protocolo e defendem que um processo só poderia ser aberto após votação em plenário - os democratas dizem que não é preciso.

Pesquisas

Uma nova pesquisa divulgada nesta terça mostra que o apoio ao impeachment cresceu dentro da base eleitoral de Trump, um sinal de que o apoio ao presidente pode estar se deteriorando. Segundo a sondagem Washington Post-Schar School, 28% dos republicanos defendem o inquérito e 18% apoiam a destituição - em julho, apenas 7% defendiam a abertura de inquérito. Quando incluídos democratas e independentes, 58% agora apoiam a investigação e 49%, a destituição. (Com agências internacionais).

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