Intenção de consumo das famílias recua 1,7% em julho, na 5ª queda consecutiva

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A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) teve queda de 1,7% em julho em relação a junho, a quinta consecutiva no ano, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O indicador ficou em 89,9 pontos, ante 91,3 pontos em junho, permanecendo abaixo dos 100 pontos desde abril de 2015. A queda da ICF desde março reflete, segundo a CNC, as dificuldades enfrentadas pelas famílias brasileiras para manter o padrão de vida.

Na comparação com o mês de julho do ano passado, houve uma alta de 5,5% no indicador. No entanto, todos os componentes da ICF apresentaram taxas negativas, em uma situação equiparável à do período de forte crise econômica em 2015-2016, pontua a CNC em comunicado.

No acumulado de 2019, a taxa, que encerrou o primeiro semestre zerada, agora apresentou uma inflexão e está em patamar negativo, com perda de 1,7%. No ano, a intenção de compras subiu somente em janeiro (5,1%) e fevereiro (2,7%).

"O consumidor segue cauteloso, condicionado pelo nível de endividamento e pelo mercado de trabalho, em que o desemprego vai se mostrando persistente", avalia o presidente da CNC, José Roberto Tadros em nota. Segundo Tadros, o cenário econômico pode melhorar no segundo semestre, com a aprovação da reforma da Previdência, mas é preciso avançar em medidas que vão destravar a economia, como a reforma tributária e a MP da Liberdade Econômica.

O item que avalia o momento para consumo de bens duráveis recuou 3,8% na passagem de junho para julho. Isso, diz a CNC, revela que as famílias não estão confiantes em adquirir este tipo de bem, cujas características dependem do crédito, da prestação dentro do orçamento e da confiança para o pagamento futuro. O item Perspectiva de Consumo também puxou o indicador geral para baixo, ao registrar recuo de 3,2%, assim como o item Nível de Consumo Atual (-2,6%), Renda Atual (-0,6%) e Emprego Atual (-0,6%).

"As sucessivas quedas da ICF evidenciam que o endividamento das famílias torna a conjuntura de recuperação econômica mais difícil. Se no cenário de escassez de crédito os juros pouco cedem, as empresas acabam adiando investimentos e o desemprego vai se mostrando resistente em diminuir", destaca a CNC.

A pesquisa identificou também que a retração aconteceu em todo o País. As maiores quedas ocorreram no Nordeste (-2,4%) e no Sudeste (-2,2%). A maior variação negativa foi identificada nas famílias cujos ganhos atingem mais de dez salários mínimos, registrando -2,9%.

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